quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Campeão Paraense em 1968 (Invicto)

CLUBE DO REMO - CAMPEÃO PARAENSE EM 1968 (INVICTO)
Em pé: Jorge, Alemão, China, Casemiro, Ângelo e Edilson;
Agachados: Birungueta, Robilotta, Amoroso, Celso e Zequinha.

O título paraense de 1968 é um mais emblemáticos da história. Primeiro pelas circunstâncias em que se sucederam o vice no anterior,  no qual em uma série de Re-Pa's seguidos, o Clube do Remo sagrou-se campeão do segundo turno, mas não foi capaz de evitar o tricampeonato do rival. Portanto, reconquista do estadual era prioridade máxima nos arraias azulinos.

Para tanto, o Remo vendeu o zagueiro Assis para o Fluminense-RJ por NCR$ 80.000,00 e aproveitou para comprar em definitivo o atacante Amoroso, que estava emprestado ao Leão pelo clube carioca. Amoroso fora destaque remista em 1967, tornando-se artilheiro do Parazão com 19 marcados. Além disso, o Mais Querido atravessou Robilotta, goleador do Paysandu no tricampeonato de 1965-66-67. 

Com esse ataque infernal, o Mais Querido atropelou os seus adversários. Enfrentando Combatentes, Tuna, Sacramenta, Sport Belém e Paysandu, em jogos de turno e returno, os azulinos venceram nove jogos seguidos, conquistando o primeiro turno nesse percurso e chegando à última partida, contra o Paysandu, no dia 14 de julho de 1968, precisando apenas de um empate para conquistar o troféu.

A expectativa era tamanha que mesmo o jogo sendo na Curuzu, a torcida azulina era maioria. Todas as atenções da imprensa esportiva estavam voltadas para a possibilidade do título azulino, que se tornou ainda mais provável quando Amoroso abriu o placar aos 21' do primeiro tempo, atirando no canto esquerdo da meta do goleiro bicolor Omar.

Entretanto, o Paysandu reagiu e virou o escore através dos gols de Hélio Cruz aos 40' do primeiro tempo e Edinho, ex-azulino, aos 12' do segundo. Por sorte, quando o ponteiro marcava 37', novamente Amoroso, fazendo jus ao seu apelido "Pé de Coelho", em lance de extrema perspicácia e oportunisto, aproveita a bobeira da defesa bicolor e consegue o oportuno empate. O único jogo daquele campeonato que o Remo não venceu, mas que lhe valera o título.

"A Província do Pará" assim descreveu o lance:

"A bola vai à linha de fundo. Tiro de méta para o Papão. Omar dá para Abel que devolve. Amoroso vivo, inteligente, entra no lance, rouba a bola e atira para a meta desguarnecida, sôbre espanto dos dois jogadores alvi-azuis e alegria dos remistas. Era o goal do empate, o goal do campeonato. (...) Remo, campeão invicto de 1968! Um ponto perdido apenas!".

Segue a "A Província": 

"A culminar uma campanha particularmente brilhante, a equipe de profissionais do Clube do Remo manteve a sua condição de invicta e, empatando a 2 tentos com o Paissandu, conquistou o título regional de 1968. As peripécias do jôgo - como as de todo o campeonato - mostrou a equipe 'azulina' fortalecida, de alma lavada, destemida e preparada para enfrentar a luta com espírito de desportivismo. Um campeão sem mêdo e sem mácula! Marcou um goal, cedeu o empate, estêve depois em desvantagem, mas serenamente, sem perturbações conscientemente soube lutar por nova igualdade, para conquistar o título. Houve ansiedade e emoção entre o público, lágrimas de alegria do atleta brioso e lutador, após o término da partida, e a alegria efuziante que se espalhou por tôda cidade. Nas fotos, dos reporteres Airton Quaresma e Fernando Seixas, os lances dos dois goals do Remo (Amoroso), a apreensão estampada na fisionomia 'dum' remista quando o Remo perdia por 2 x 1, Birungueta chorando de emoção, depois de lhe terem levado a camisa e a expressão de alegria na passeata da vitória".

O esquadrão campeão invicto era formado por Jorge; Alemão, China, Casemiro,  Angelo e Edílson; Birungueta, Robilotta, Amoroso, Celso e Zequinha. 

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