terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Campeão Paraense em 1940

 
Atletas azulinos saudando a torcida na vitória de 3 a 2 do Clube do Remo sobre o Paysandu, em 03/11/1940 (Folha do Norte).

Após a conquista do Campeonato Paraense de 1936, o Clube do Remo brigou com a Liga Atlética Paraense - regente do esporte no estado na época - e abriu mão de disputar o certame de 1937. Retornou no ano seguinte, mas não impediu o bicampeonato da Tuna. Já em 1939, o título ficou com o Paysandu que montou um dos seus grandes times, o chamado "esquadrão de aço".

Já era hora do Leão reassumir o protagonismo no estado. Então em 1940, os azulinos realizam uma ótima campanha no campeonato. Porém, os tropeços diante de Tuna e Paysandu — 1 x 2 e 1 x 1, respectivamente — colocam o Remo em desvantagem perante os seus maiores adversários na competição. E era justamente contra eles que se encerraria a campanha azulina naquele certame. Só a vitória interessava!

No dia 20/10/1940, o Remo se recupera e consegue a sua revanche contra a Lusa, vencendo-a por 3 a 2, no Souza. Com isso, o Leão ultrapassou os cruzmaltinos, ficando agora com três pontos perdidos contra quatro - era assim que se lia a pontuação na época, com a derrota contabilizando a perda de dois pontos e o empate, um. Todavia, o Clube de Periçá ainda estava atrás do Paysandu (um ponto perdido).

Diante disso, no Re-Pa programado para o dia 03/11 era de se esperar um certo favoritismo do lado bicolor, não apenas por estar à frente, mas também por jogar em casa, na Curuzu. Entretanto, os remistas não ligaram para isso e buscaram um grande triunfo, repetindo o placar de 3 a 2, gols de Bendelack e Vavá (2). Foi só aguardar a Tuna vencer o Paysandu por 3 a 1, em 19/01/1941, para o Remo confirmar o seu 14° (e último) título paraense do amadorismo. 

Ao que parece, mesmo ocupando o posto máximo do futebol paraense, o Clube do Remo foi alvo de críticas por precisar de uma combinação de resultados para ser campeão. Mas a Folha do Norte, de 21/01/1941, saiu em defesa do Filho da Glória e do Triunfo: 

"Muita gente que se perde nas nas alternativas do certame em relacionar os fatos, atribuiu essa conquista a uma simples questão de chance. Engano envolvendo flagrante justiça. Basta rememorar as etapas azulinas durante o campeonato, a ‘performance’ do quadro através de marcadores vultuosos, assegurando vitórias brilhantes, as condições em que chegou às finais, para que se considere o grande Clube merecedor do bastão futebolístico regional".

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