Disposto a impedir o tetracampeonato do rival, o Clube do Remo iniciou o Campeonato Paraense de 1964 com um bom aproveitamento sob o comando técnico de Quiba, artilheiro e ídolo dos anos 50, com duas vitórias e um empate. Entretanto, um fato no meio do caminho mudaria tudo: a derrota para o Liberato de Castro, tido como o pior time do campeonato - que, inclusive, seria eliminado no "Torneio da Morte" (repescagem), posteriormente.
Esse resultado provocou não apenas a saída de Quiba, como também a multa a alguns jogadores por "deficiência técnica". Eram eles François, Ailso, Ribeiro, Valmir, Todé e Amaury. Segundo a "Folha Vespertina", de 21 de setembro de 1964, esses jogadores teriam exagerado na "farra" durante a excursão que o Remo fizera para Maranhão e Piauí, dias antes, daí o motivo para o desempenho pífio diante do Liberato.
Mas não parou por aí. A derrota foi tão impactante que toda a diretoria azulina, presidida por Oswaldo Trindade, renunciou na data de 24 de setembro e o Leão passou a ser dirigido por uma Junta Governativa. Apenas em 30 de outubro que a nova diretoria foi eleita, sob a presidência de Rainero Maroja e a novidade foi a montagem do Departamento de Futebol Autônomo, nas pessoas de Jorge Age, João Guilherme Fiuza de Melo e Vinícius Bahury de Oliveira.
Nesse meio tempo, o time remista foi comandado por Sávio Ferreira, que finalizou a campanha do primeiro turno. Mas para o seu lugar, o Mais Querido trouxe Antoninho, muito conhecido pelo seu trabalho nas categorias de base do Fluminense-RJ. Com ele no comando, o Remo foi imbatível e conquistou o segundo turno com 100% de aproveitamento, ganhando o direito de estar na final do campeonato contra a Tuna, campeã do primeiro turno.
Já era fevereiro de 1965 quando a decisão ocorreu. Na primeira partida, dia 21, empate de 1 a 1 na Curuzu. A definição ficou para uma semana depois, no Baenão, que recebeu público recorde naquela edição. Mesmo os cruzmaltinos recebendo apoio dos bicolores, a torcida azulina foi imensa maioria. Muito superior, o Remo abriu logo 2 a 0, gols de Chaminha (artilheiro do campeonato) antes dos 20 minutos iniciais. A Tuna até diminuiu, mas nada que impedisse a festa remista.
CAMPANHA
PRIMEIRO TURNO
1. Remo 3 x 0 Avante - 05/07/1964.
2. Remo 3 x 0 Combatentes - 26/07/1964.
3. Remo 1 x 1 Tuna - 08/08/1964.
4. Remo 1 x 2 Liberato de Castro - 20/09/1964.
5. Remo 1 x 1 Júlio César - 26/09/1964.
6. Remo 1 x 2 Paysansu - 04/10/1964.
SEGUNDO TURNO
7. Remo 2 x 1 Júlio César - 22/11/1964.
8. Remo 1 x 0 Tuna - 17/01/1965.
9. Remo 2 x 0 Paysandu - 30/01/1965.
10. Remo 2 x 1 Combatentes - 07/02/1965.
Obs.: Remo, campeão do segundo turno.
DECISÃO DO CAMPEONATO
11. Remo 1 x 1 Tuna - 21/02/1965.
12. Remo 2 x 1 Tuna - 28/02/1965.
NÚMEROS
• Jogos: 12.
• Vitórias: 7.
• Empates: 3.
• Derrotas: 2.
• Gols pró: 20.
• Gols contra: 10.
• Saldo: 10.
• Artilheiro: Chaminha (12 gols).
O JOGO DO TÍTULO
Remo 2 x 1 Tuna.
Data: 28 de fevereiro de 1965.
Local: Baenão.
Árbitro: Anacleto Petrobon (SP).
Arrecadação: CR$ 12.970,00.
Remo: François; Ribeiro e Socó; Edilson, Zé Luiz e Casemiro; Neves, Walmir, Zequinha, Quibinha e Chaminha. Treinador: Antoninho.
Tuna: Délcio; Haroldo e Prata; Almeida, Antenor e Moraes; Marcelo, Mário, Nascimento, Da Silva e Santiago. Treinador: Miguel Cecim.
Gols: Chaminha aos 7' e aos 18' do primeiro tempo; Nascimento aos 31' do segundo tempo.
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