quinta-feira, 23 de junho de 2022

Campeão Paraense em 1973 (Invicto)

CLUBE DO REMO - CAMPEÃO PARAENSE INVICTO EM 1973

Faziam cinco anos em que o Clube do Remo não conquistava o Campeonato Paraense. Depois do título invicto de 1968, o Mais Querido esteve muito perto de encerrar o jejum em 1971 e 1972, mas amargou vices contra o maior rival em decisões emblemáticas. Entretanto, a espera remista acabaria em 1973 com uma campanha esplendorosa. 

Vindo de uma bela apresentação no Campeonato Nacional no ano anterior, o Leão Azul credenciou-se como o grande time do estado, demonstrando isso dentro de campo ao sagrar-se mais uma vez campeão paraense de forma invicta. Os azulinos não deram quaisquer chances aos adversários, arrematando os dois turnos e, consequentemente, o título.

Ainda assim, é óbvio que a conquista não seria permeada por polêmicas - algo muito comum naqueles tempos. Na reta final da competição, o Remo, que já era campeão do primeiro turno, liderava a tabela de pontos, sendo seguido por Tuna, Sport Belém e Paysandu, em sequência.

Isso fez com que o último jogo da campanha, contra o Paysandu, no dia 12 de agosto de 1973, ganhasse contornos de dramaticidade, principalmente pela situação delicada do rival. Num Baenão superlotado, o Remo jogava melhor, mas era o Paysandu que vencia por 1 a 0. Isso até 22' do segundo tempo, quando o juiz José Luiz Barreto marcou um pênalti do listrado Diogo no azulino Augusto.

Os bicolores não aceitaram e iniciaram uma confusão, ainda mais inflamados quando Alcino foi comemorar a marcação da penalidade, chutando as redes adversárias. Nisso, o árbitro, sem esperar os 20' necessários, optou por suspender a partida e dirigiu-se com os auxiliares para o túnel onde estava a torcida do Paysandu. Acabou sofrendo um trauma facial provocado por uma garrafa de cerveja. A partida foi anulada e o episódio ficou conhecido como o "Domingo das Garrafadas".

"A Província do Pará", 14 de agosto de 1973

A remarcação do embate se deu dois dias depois, em 14 de agosto, novamente no Baenão, com policiamento reforçado e nova arbitragem. Dessa vez, o Leão aproveitou que o rival estava desfalcado - Prado, expulso no domingo anterior, antes da confusão, estava fora pela "Lei do Cão" - e venceu com autoridade por 2 a 1, gols marcados por Roberto aos 17' do primeiro tempo e Alcino aos 29' do segundo. Resultado este que alijou o Paysandu do campeonato. 

Gol de Roberto que sacramentou a vitória azulina no Re-Pa

Ao Remo, bastava um simples empate contra a Tuna no último jogo, no Baenão, dia 17 de agosto. E ele veio com 0 a 0 morno, mas suficiente para tirar o grito de campeão da Nação Azulina que estava há cinco anos entalado. A festa, justificada, foi tanta que perdurou por todo o fim de semana. O ponto negativo foi o falecimento de um torcedor na piscina da sede social durante a comemoração. 

Caíto comandou a festa da torcida

Interessante observar que mesmo com o sucesso dentro de campo, à beira dele nem sempre foi as mil maravilhas. O treinador Aloísio Brasil, devido a problemas no relacionamento com alguns jogadores, chegou a deixar o cargo, sendo substituído por Wilson Santos, mas retornou auxiliado por Cléber Camerinho e François Thym. 

Mas nem mesmo essa mudança no comando técnico atrapalhou a trajetória remista. Os números do Filho da Glória e do Triunfo provam isso: nove vitórias e três empates em 12 jogos, com 25 gols marcados e apenas três sofridos, que lhe garantiram os dois turnos e, consequentemente, o campeonato. De quebra, o Remo ainda teve o artilheiro do certame - Alcino, com sete gols.

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