sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Acesso à Série B em 2024

 
REMO – ACESSO À SÉRIE B DE 2025. Foto: Samara Miranda/ASCOM Remo.

Esse talvez seja o acesso mais improvável da história do Clube do Remo, levando-se em consideração o desempenho azulino ao longo do campeonato. O Leão iniciou a jornada com três derrotas seguidas, chegando a ocupar a vice-lanterna. A torcida logo fez um paralelo com a temporada anterior, na qual o Remo havia acumulado quatro revezes nos quatro primeiros jogos e lutou para se livrar do rebaixamento. Em 2024, as coisas pareciam se repetir.

A primeira vitória veio na quarta rodada, 1 a 0 sobre o Floresta-CE no Baenão, mas o empate sem gols no jogo seguinte contra a Tombense-MG, em casa, finalizou o instável trabalho do técnico paraguaio Gustavo Morínigo. Ele foi substituído por Rodrigo Santana, que inicialmente foi visto com muita desconfiança, não só pelo currículo discreto, como também por certas atitudes extra-campo. Todavia, com o tempo, o novo treinador azulino mostraria o seu valor.

Rodrigo Santana, o comandante do acesso. Foto: Samara Miranda/ASCOM Remo.

Antes de Rodrigo assumir efetivamente o elenco, o Remo ainda foi goleado pelo Náutico-PE nos Aflitos. A primeira vez que o técnico esteve à beira de campo foi na sétima rodada, diante do Sampaio Corrêa-MA no Castelão e já conseguiu uma importante vitória por 2 a 1. Desde então, Santana já começava a implementar a sua metodologia, atuando com três zagueiros, proporcionando maior segurança à zaga, o que permitia a liberação dos alas e uma maior dinâmica ofensiva. Porém, o aspecto mais importante foi a união do grupo que seria essencial para a conquista dos objetivos.

Inicialmente, era necessário afastar o fantasma da zona de rebaixamento, com o qual o Remo flertou em alguns momentos da temporada, para aí sim alçar vôos maiores. Nesse sentido, o apoio do Fenômeno Azul foi fundamental. Disputando seus jogos no Mangueirão, o Mais Querido se tornou imbatível. Foi diante da maior torcida da Amazônia que o Remo conseguiu retornar ao G8 classificatório para a segunda fase após cerca de dois anos, ao vencer a Aparecidense-GO por 1 a 0 na 16ª rodada.

Pedro Vitor foi o autor do gol da vitória sobre a Aparecidense-GO que recolocou o Remo no G8. Foto: Samara Miranda/ASCOM Remo.

Apesar disso, o Remo tinha muitas dificuldades de impor fora de casa o mesmo desempenho que tinha em seus domínios. Felizmente, o Clube de Periçá também contou com um pouco de sorte. Ao vencer o Londrina-PR no Mangueirão por 3 a 0 e empatar com o São José-RS em Porto Alegre por 0 a 0 nos dois últimos jogos da primeira fase, o Leão também contou com os tropeços do Figueirense-SC contra o mesmo São José-RS, já rebaixado, e o Volta Redonda-RJ, já classificado. Assim, o Remo superou todos os prognósticos e se classificou com 26 pontos, a menor linha de corte nesse modelo de disputa.

A comemoração pela classificação à segunda fase. Foto: ASCOM/Remo.

Mais uma vez  o Leão estava no quadrangular que decidiria o acesso para a Série B. Nas outras duas vezes em que participou (2005 e 2020), o Remo subiu. Para manter a mística, logo de cara os azulinos teriam um desafio gigantesco: o Botafogo da Paraíba, recordista absoluto de pontos na história da primeira fase da Série C (41). Todavia, nesse confronto de extremos, o Mais Querido contava com algo que nenhum outro clube da competição possuía: o Fenômeno Azul. Diante de mais de 44 mil pessoas no Mangueirão, o Remo venceu por 2 a 1.

Uma festa belíssima do Fenômeno Azul contra o Botafogo-PB. Foto: Fernando Torres.

Em seguida, os remistas viajaram até ao ABC paulista para enfrentar o São Bernardo-SP. O Remo chegou a abrir 2 a 0, mas acabou cedendo o empate, quando havia tido a oportunidade de matar o jogo. No jogo seguinte, no Mangueirão novamente lotado, um placar zerado contra o Volta Redonda-RJ frustou quase 40 mil pessoas. Porém, no returno, contra o mesmo time carioca, o Leão conseguiu um empate de 1 a 1 através de um pênalti ao apagar das luzes.

Pavani converteu o pênalti que trouxe um ponto importantíssimo de Volta Redonda. Foto: Luís Carlos.

Graças a isso, o Remo dependia de uma simples vitória contra o Bernô na data de 29/09. O apelo da partida foi tanto que horas depois do jogo em Volta Redonda, filas quilométricas se formavam nas lojas do clube em busca de ingressos. A procura foi tão grande que as entradas foram esgotadas em tempo recorde. Até uma reavaliação na capacidade do Mangueirão foi feita, antes comportando pouco mais 53 mil pessoas, agora poderia abranger cerca de 55 mil. Uma nova carga extra de ingressos foi posta à venda, finalizada em poucos instantes.

Perante exatos 54.964 mil torcedores – o maior público oficial da história do Remo e do "Novo Mangueirão –, o Mais Querido venceu por 1 a 0, gol de Ytalo aos 47'/1T, em jogada iniciado após um ataque perigoso do São Bernardo, na qual Marcelo Rangel fez uma defesa monumental, a bola bateu na trave e foi rebatida por Ligger; sobrou para Raimar puxar o contra-ataque, abrir para Jaderson e este fazer a assistência para o centroavante azulino fazer o gol do acesso. Depois de um segundo tempo aberto, o Filho da Glória e do Triunfo manteve a vitória e subiu para a Série B de 2025.

O momento exato do gol do acesso. Foto: Thiago Gomes.

Com a classificação garantida, esperava-se que o Remo buscasse a classificação para a final em busca do bicampeonato nacional. Para isso, deveria acabar em primeiro lugar no grupo; até então, o Remo tinha a mesma pontuação que o Volta Redonda (9), que também subido, mas estava atrás no saldo de gols (+2 contra +3 dos cariocas). Porém, totalmente irreconhecível e também sofrendo uma arbitragem desastrosa, que resultou em uma expulsão e na não marcação de um pênalti, o Leão acabou perdendo para o Botafogo em João Pessoa, encerrando a sua participação.

Sob as bençãos de Nossa Senhora de Nazaré, o Leão subiu! Foto: Samara Miranda/ASCOM Remo.

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