quarta-feira, 30 de março de 2022

O Clássico Re-Tu na Visão de um Tunante

O Clássico Re-Tu ganhou novos capítulos para a sua rica história com o retorno da Tuna à Primeira Divisão do Campeonato Paraense em 2021. Assim, finalmente pôde ser disputado um clássico oficial após oito anos. E, surpreendentemente, a Lusa conseguiu eliminar o Remo - até então, invicto - nas semifinais, em disputa de pênaltis.

Entretanto, a vingança azulina viria cerca de um ano depois. O enredo era muito parecido. Mais uma vez pelas semifinais, o Remo, que estava invicto, perdeu para a Tuna no Baenão, pelo jogo de volta, revertendo a vitória conquistada no estádio do Souza. Mas na nova disputa de pênaltis - e agora, diante da sua torcida - o Leão Azul venceu por 4 a 2, em mais uma noite histórica de Vinícius, se classificando para a final do Parazão. 

Vinícius, o herói da classificação diante da Tuna

Esses fatos reviveram a velha rivalidade, esfriada pelos anos de afastamento da Tuna das grandes competições. Por isso, resolvemos ceder um espaço para entender a importância do clássico sob a ótica de um tunante. O texto a seguir é de autoria de Ítalo Costa, historiador cruzmaltino:

"Escrever sobre o Clássico Re-Tu é uma tarefa interessante. Isso porque, estamos assistindo o ressurgimento de uma rivalidade que, ultimamente, vinha esfriando. De certo, as dificuldades futebolísticas que assombraram (e, em maior ou menor grau, ainda assombram) a vida da Tuna Luso foram as maiores incentivadoras desse afrouxamento na rivalidade mais antiga do esporte no Pará.  Foi em 2007 a última final de estadual disputada pelas duas equipes, e foi acirrada. 

Em 2021, o jogo empatado em 1x1 pela semifinal do Parazão, que levado aos pênaltis deu vitória à Cruz de Malta de Belém do Pará fez reascender a chama do clássico. Ali, a Tuna voltara a ser uma pedra no sapato dos Azulinos. Nas regatas, no futebol estadual e nacional, anos atrás, isso era comum. 

Nas décadas de 1940 e 1950, eram comuns alfinetas entre dirigentes, desportistas e torcedores dos clubes. Sobre isso, relembro um caso interessante: Vencendo o rival por 3x1, disputando a final do Campeonato Paraense de Futebol, a Tuna foi campeã do certame de 1951 (Por atrasos na competição, o jogo final ocorreu em 06/01/1952). Dois dias depois, em 08/01/1952, o jornal Folha Vespertina trouxe o seguinte aviso fúnebre: 'Clube do Remo. Morto a 6 de janeiro de 1952'.  

FOLHA VERSPERTINA. Anúncios Fúnebres. 1952 (Arquivo de Ítalo Costa)

O aviso relacionava-se diretamente com a derrota anterior que deu aos Lusos o troféu de 1951. A notícia incendiou a crônica esportiva, dirigentes e torcedores Azulinos. A delegação Tunante afirmou não ter relação com a publicação que gerou tamanho 'Zum-Zum-Zum', alegando ter partido da torcida tamanha alfinetada. Fato é: Clássico é Clássico, e esse, entre o Leão de Antônio Baena e a Águia do Souza, além de nos render uma grande história, promete voltar a ser um grande encontro".

Agradecemos ao Ítalo Costa por sempre contribuir com o nosso trabalho!

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