segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

A (Pré)Inauguração do Mangueirão

Vista aérea do Mangueirão no dia da sua inauguração extra-oficial, tomado pela massa azulina 

Era o dia 12 de fevereiro de 1978. Pela segunda rodada da terceira fase do Brasileirão de 1977, o Remo enfrentava o surpreendente Operário de Campo Grande, uma das sensações do campeonato. O Mais Querido vivia a expectativa de classificar-se para as semifinais do Nacional - algo jamais almejado por qualquer outra equipe do Norte do país. Portanto, essa partida tinha muito apelo popular. 

Tanto é que 29.934 pessoas se expremiam no Baenão. Porém, a pressão foi demais para a estrutura do velho estádio azulino, acarretando na queda do muro da atual Tv. Rômulo Maiorana, aos 22 minutos de jogo, após lance perigoso do azulino Leônidas. Após muita confusão, o jogo foi suspenso e seria remarcado posteriormente em outro local. Nos dias seguintes, muito "disse-me-disse" em busca da solução para o problema. 

A Confederação Brasileira de Desportos - CBD - até aventou a ideia de transferir o jogo para São Januário (RJ), já que o Remo jogaria fora de casa contra América-RJ e Desportiva-ES. Mas graças a intervenção do governador Aloísio Chaves, a cartolagem remista conseguiu manter o jogo em Belém. Mas, para isso, não havia outro jeito se não forçar a inauguração extra-oficial do ainda incompleto Mangueirão. 

Muro do Baenão desabado com os quase 30 mil azulinos

Até aquele momento, o Baenão era o único estádio paraense apto para receber jogos válidos pela Primeira Divisão, já que os estádios particulares de Paysandu (Curuzu) e Tuna (Souza) não possuíam a capacidade mínima para isso, fazendo com que os rivais também se utilizassem do velho estádio azulino. Entretanto, o Baenão já era alvo críticas dos setores da imprensa e outros clubes, devido as precariedades em sua estrutura, aquém do adequado para grandes jogos. 

Por isso que desde 1971, o Governo do Estado estava providenciando a construção do Mangueirão, que passaria a ser a grande praça de esportes do estado. Mas, devido aos incidentes de Remo x Operário, o "Colosso do Benguí" teve que ser aberto em caráter de urgência, mesmo não finalizado. Nesse meio tempo, o Remo prossegue com os jogos já citados na competição - contra América e Desportiva - e deixar escapar pontos importantíssimos, necessitando recuperá-los. 

Assim chega o inesquecível dia 20 de fevereiro de 1978. Aproximadamente 50 mil pessoas superlotaram o novo estádio do futebol paraense, o Mangueirão – segundo "O Liberal", cerca de 100 mil pessoas estiveram nas imediações. Era tanta gente, que horas antes da partida, as arquibancadas estavam cheias. Naquela tarde festiva, o Remo se impôs contra o Operário e venceu com autoridade por 2 a 0. Mego, com um gol em cada tempo, inaugurou as duas traves. Dessa forma, o Leão mantinha vivo o sonho de avançar para as semifinais do Campeonato Brasileiro.

Momento do segundo gol de Mego, após driblar o goleiro ex-Seleção Brasileira, Manga, selando a vitória azulina diante do Operário

Os gols da histórica vitória (Imagens: TV Liberal)

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