quinta-feira, 14 de julho de 2022

Tricampeão Paraense em 1975 (Invicto)

CLUBE DO REMO - TRICAMPEÃO PARAENSE INVICTO EM 1973/74/75

Visando consolidar de vez a sua soberania no estado, o Clube do Remo repatriou o técnico Paulo Amaral, que havia treinado o time no segundo semestre de 1973. O primeiro teste foi a conquista de um torneio internacional, arrematado após vitórias sobre Robin Hood, do Suriname, por 5 a 2, Tuna por 2 a 0 e Paysandu por 1 a 0, gol de Dutra, no dia 2 de março de 1975, no Baenão. 

Duas semanas depois, o Remo estreava no Campeonato Paraense com um passeio sobre o Sporting (7 a 0) e se manteve 100% até o último jogo da primeira fase do primeiro turno - os turnos eram divididos em duas fases -, quando empatou em 1 a 1 no Re-Pa de 27 de abril. Na fase final, vitória sobre Castanhal (4 a 0), empate com a Tuna (1 a 1) e vitória diante do Paysandu (1 a 0), esta em 25 de maio, deram o título ao Leão Azul.

No returno, a tônica foi a mesma. Na primeira fase, quatro vitórias e um empate. Já na fase final, após os 5 a 0 sobre o Castanhal e 1 a 0 sobre a Tuna, bastou um empate sem gols contra o Paysandu no dia 23 de julho, no Baenão, para o Remo sagrar-se campeão do segundo turno.  Logicamente, nessa condição o Leão teria que ser consagrado campeão paraense... Mas não foi o que aconteceu. 

Acontece que devido ao esdrúxulo regulamento, mesmo tendo arrematado os dois turnos, o Remo ainda não havia garantido o título. No máximo, teria a vantagem do empate na grande decisão contra o Paysandu, vice nas duas etapas anteriores. Caso perdesse, uma outra série decisiva seria disputada.

Chega então a memorável data de 3 de agosto de 1975. O Baenão, palco da peleja histórica, estava completamente tomado por exatos 29.940 torcedores, um dos maiores públicos do Evandro Almeida em todos os tempos, que pulsou quando adentraram em campo Dico; Rosemiro, Dutra, Rui e Cuca; Elias e Roberto; Prado, Mesquita, Alcino e Amaral. A Máquina Azul comandada por Paulo Amaral.

Com a bola rolando, o que se viu foi um Remo inicialmente jogando com o regulamento embaixo do braço, enquanto que o Paysandu, apesar de retraído no começo, se aproveitou da apagada atuação de Roberto no meio-campo, sobrecarregando Elias, necessitando que Mesquita viesse ao seu auxílio. Isso diminuiu o poder fogo azulino e facilitou para os bicolores, que perderam oportunidades de sair com a vitória no primeiro tempo.

Na volta do intervalo, os listrados se lançaram ao ataque, mas após a defesa azulina rechaçar, Elias lançou Roberto, que, marcado por Waltinho e Gilberto, e fez um belo corta-luz para Mesquita finalizar no canto e inaugurar o placar aos 45 segundos, quase colocando o Baenão abaixo com a explosão da torcida. Aos oito minutos, após jogada de Prado, Rosemiro lançou para Alcino, que dominou com muita categoria no peito, abriu para Mesquita que fuzilou o arco adversário. Reginaldo rebateu e Alcino aproveitou, marcando o seu 21° gol e se tornando, pela terceira vez consecutiva, o artilheiro do campeonato.

O gol do título

O Paysandu até descontou e chegou ao empate através de Bacuri, mas como ele estava impedido, o árbitro Saul Mendes anulou o gol, mantendo os 2 a 1 que perdurou até o final da partida. A vitória do Remo foi mais que merecida. Naquele dia, o Filho da Glória e do Triunfo chegara ao seu 51° jogo em três anos sem saber o que era uma derrota no Campeonato Paraense. Um feito único no Brasil. Um tricampeonato invicto que seria eternizado com as primeiras estrelas acima do escudo azulino.

A Máquina tricampeã invicta!

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